O botulismo é uma doença neuroparalítica grave, não contagiosa, causada pela ação de uma potente toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. É uma doença bacteriana rara, que entra no organismo por meio de machucados ou pela ingestão de alimentos contaminados, principalmente os enlatados e os que não têm preservação adequada. A doença pode levar à morte por paralisia da musculatura respiratória.
Embora existam três formas de o botulismo diagnosticado, em todas elas as manifestações são neurológicas e/ou gastrointestinais. As formas do botulismo são:
A bactéria causadora do botulismo produz esporos que sobrevivem até em ambientes com pouco oxigênio, como em alimentos em conserva ou enlatados. Ele produz uma toxina que, mesmo se ingerida em pouquíssima quantidade, pode causar envenenamento grave em questão de horas.
Além disso, os esporos desta bactéria são amplamente distribuídos na natureza, como em solos e sedimentos de lagos e mares. Também estão presentes na água não tratada e em produtos agrícolas, como legumes, vegetal e mel, e em intestinos de mamíferos, peixes e vísceras de crustáceos.
As principais formas de transmissão são:
Os sintomas do botulismo variam de acordo com o tipo de infecção da doença:
O processo de diagnóstico do botulismo geralmente começa com um exame físico feito pelo próprio médico no consultório. Nesta consulta, o profissional poderá pedir outros exames neurológicos, de imagem e laboratoriais para completar a investigação e confirmar o diagnóstico.
Na consulta, o médico observa os seguintes sintomas:
Podem ser realizados, também, exames de sangue para identificar a toxina no organismo e exame de fezes, além de exames laboratoriais no alimento suspeito de conter a bactéria transmissora de botulismo.
A melhor prevenção está nos cuidados com o consumo, distribuição e comercialização de alimentos, além, é claro, da higiene na hora de limpar os alimentos e as mãos. Toda atenção é pouca, por isso adote algumas medidas para evitar a contaminação pela bactéria causadora do botulismo. As principais formas de prevenir o botulismo são:
O êxito do tratamento do botulismo está diretamente relacionado à precocidade com que é iniciada e às condições do local onde será realizada. O tratamento deve ser realizado em unidade hospitalar que disponha de terapia intensiva (UTI), tendo em vista que diminuem as chances de óbito nesse tipo de unidade.
Basicamente, o tratamento da doença apoia-se em dois conjuntos de ações:
O tratamento imediato reduz significativamente o risco de morte do paciente, mas é preciso acompanhamento médico. Além disso, o processo de recuperação é lento e depende de como o sistema imunológico reage para eliminar a toxina do corpo. Se tratado adequadamente, a doença tem cura e não deixa sequelas.
Fontes:
Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.
Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.
A bronquite crônica, juntamente com o enfisema pulmonar e a asma brônquica, faz parte de um grupo de enfermidades conhecido como doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC). O ponto comum entre elas é a obstrução crônica dos brônquios, com limitação ao livre fluxo de ar pelo pulmão.
A bronquite crônica é causada pela inflamação da membrana mucosa (fina camada de tecido com a característica de produzir uma secreção, chamada muco – conhecido como catarro) que reveste internamente a chamada árvore brônquica – parte do corpo correspondente aos brônquios e suas subdivisões. A inflamação induz o aumento na produção de muco e à consequente diminuição no fluxo do ar dos brônquios para os pulmões. Isso pode ser percebido como um chiado no peito. A expectoração torna-se abundante, espessa, amarelada ou esverdeada, e fétida.
Muitas pessoas estão sujeitas a breves ataques de bronquite aguda durante os resfriados mais severos. No entanto, a doença só é caracterizada como crônica quando ocorre tosse produtiva – ou seja, com expectoração – durante a maioria dos dias do mês, por três meses ao ano, ao longo de, pelo menos, dois anos consecutivos.
A incidência de bronquite crônica é maior entre homens com mais de 40 anos de idade. Intimamente relacionado ao tabagismo, o mal também pode atingir não-fumantes que mantenham contato permanente com poeira, fumaça ou poluição intensa – exposto às mesmas condições, contudo, um tabagista tende a apresentar um quadro clínico bem mais grave. A doença pode ainda preceder ou acompanhar o enfisema pulmonar.
Em geral, o diagnóstico se baseia no exame físico e no histórico clínico relatado pelo paciente. A radiografia simples do tórax e a espirometria (também conhecida como prova de função pulmonar, ela é realizada com um aparelho chamado espirômetro, que mede o volume de ar inspirado e expirado pelo paciente), constituem exames auxiliares de diagnose. Por meio deles, pode-se ter uma ideia do grau de comprometimento dos pulmões pela bronquite crônica.
A doença não começa de uma hora para outra, mas é resultado de um processo. Surge inicialmente como um "resfriado mal curado": a pessoa continua a tossir e a produzir grandes quantidades de muco ao longo de várias semanas. Esse problema costuma ser atribuído apenas ao cigarro, já que, em sua maioria, os portadores de bronquite crônica fumam. Conforme o tempo passa, os tais "resfriados" passam a prejudicar cada vez mais os pulmões. Aos poucos, os períodos de tosse e expectoração tornam-se mais longos até que, sem perceber, a pessoa passa a ter tosse produtiva constante – antes, durante e depois dos "resfriados". Tais sintomas se manifestam com mais frequência no período da manhã e durante o inverno.
Evitar o tabagismo é a medida número um para qualquer pessoa manter-se afastada da bronquite crônica. Quanto aos profissionais que desenvolvem seu trabalho em ambientes inadequados, com poeira e fumaça, a única prevenção possível está no uso de equipamentos de proteção, como máscaras com filtros especiais. Nos casos de trabalhadores já afetados pela doença, o afastamento do serviço pode ser imperativo.
A vacinação contra os vírus da gripe e da pneumonia pneumocócica pode auxiliar na prevenção das infecções pulmonares. Vale a pena também adotar uma rotina saudável, com dieta equilibrada, ingestão adequada de líquidos e a prática de exercícios físicos regulares.
A primeira providência consiste em reduzir ou eliminar fatores que possam causar irritação das vias aéreas. Deixar o tabagismo é indispensável: o quadro clínico e funcional do paciente apresenta acentuada melhora quando ele abandona o vício. Convém, ainda, evitar ambientes com altos índices de poluição. Profissionais que atuam em locais com partículas em suspensão (por exemplo, minas de carvão) devem, na medida do possível, se afastar do trabalho.
Entre os medicamentos usados com mais frequência no tratamento da doença estão os bronco dilatadores, os esteroides e os mucolíticos. Os primeiros ajudam a aumentar o diâmetro interno dos brônquios, melhorando o fluxo de ar; os esteroides (ou cortisonas) são importantes para reduzir a intensidade da inflamação brônquica, que tem papel fundamental na bronquite crônica; e os mucolíticos podem ajudar a transformar a secreção espessa em uma secreção mais fluida e, portanto, mais fácil de ser eliminada.
A forma mais adequada de promover a fluidificação das secreções é o uso de inalações com soluções fisiológicas salinas. Estas, além disso, funcionam também como veículo para a administração inalatória de bronco dilatadores.
A membrana mucosa que reveste e protege a árvore brônquica contém glândulas formadas por células secretoras de muco. Num quadro de bronquite crônica, essas células se multiplicam e aumentam de tamanho, produzindo um muco mais espesso, de difícil eliminação pelas vias aéreas. Os brônquios, assim, transformam-se num ambiente propício à proliferação de bactérias. Quando ocorre uma infecção bacteriana, o muco se torna purulento, caso que exigirá tratamento por meio de antibióticos adequados.
Nos períodos de infecção brônquica, os antibióticos assumem fundamental importância, pois diminuem o tempo de duração da crise e evitam o agravamento do quadro. O médico baseia-se na incidência mais comum de bactérias (as que mais frequentemente infectam o paciente de bronquite crônica) para indicar o antibiótico mais apropriado. Em algumas raras situações, é necessário um exame bacteriológico do escarro para a definição do antibiótico mais indicado.
A fisioterapia específica pode trazer bons resultados adicionais, pois auxilia a higiene brônquica ao mesmo tempo em que otimiza o padrão respiratório do paciente.
O acompanhamento de rotina deve ser feito periodicamente durante a evolução da doença. No entanto, quando se manifestarem sinais de "resfriado" ou infecção respiratória, convém consultar o médico o mais rápido possível.
Fontes:
Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.
Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.
Apertar e ou ranger dos dentes principalmente durante o sono, mas pode ocorrer também durante a vigília.
Desconhecida. Pode estar associado ao estresse, ansiedade, algumas condições neurológicas ou como efeito secundário a algumas drogas. Alguns dos fatores que predispõem ao bruxismo são bem conhecidos como história familiar, as personalidades mais competitivas, as disfunções de ATM, a presença de cefaleia em crianças, além de ansiedade e depressão. Ainda podem piorar o bruxismo o uso de alguns fármacos, o consumo de cafeína e o hábito de fumar.
Desgaste dental excessivo e anormal, dor nos dentes, fratura dos dentes, dor nos músculos faciais, cefaleias e dor na articulação temporo-mandibular (ATM).
Avaliação clínica detalhada, história completa do paciente, além do relato de terceiros de barulhos característicos durante o sono, o uso de questionários e em alguns casos exames complementares como a polissonografia.
A diminuição de café e do hábito de fumar, além do controle das disfunções orgânicas e psicológicas ajudam no controle da doença.
Placa estabilizadora em acrílico é o mais usual. Fármacos em alguns casos são utilizados e o manejo do estresse.
Fontes:
Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.
Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.
A brucelose humana é uma doença que pode ser transmitida ao ser humano por animais terrestres e aquáticos infectados. Na maioria das vezes, a doença é transmitida ao homem por contato direto ou indireto com animais e seus produtos derivados contaminados. Os seres humanos são apenas alguns dos possíveis hospedeiros. Neste caso, hospedeiros finais. Considerada uma das zoonoses mais comuns do planeta, de ampla distribuição e significância mundial, apresenta alta prevalência em alguns países e regiões, como a América do Sul.
A brucelose humana é causada por bactérias do gênero Brucella spp. da família Brucellaceae. Possui alta prevalência em ambientes ocupacionais e é citada na lista de doenças relacionadas ao trabalho, segundo a Portaria nº 1.339/1999, do Ministério da Saúde.
A doença, que é responsável por incapacidade para o trabalho ou diminuição do rendimento profissional, atinge principalmente trabalhadores que manejam animais e da cadeia de produção de laticínios, carnes e seus derivados.
Como a bactéria possui múltiplas rotas de infecção, sendo que os mamíferos são os principais hospedeiros naturais, gera um cenário de difícil controle e de real ameaça para a saúde pública, qualidade de vida e sobrevivência de pessoas e animais.
De forma geral, a doença acomete com maior frequência aos trabalhadores rurais (ex: vaqueiros, boiadeiros, vacinadores, tratadores de animais, produtores de carne, leite e queijo), veterinários, trabalhadores de frigorifico (ex. abatedores) e trabalhadores de laboratórios.
A brucelose pode ser transmitida aos seres humanos de diversas formas, sendo uma das principais, pela via alimentar (ingestão de alimentos sólidos ou líquidos contaminados), como:
Além da transmissão pela via alimentar, a brucelose pode ser transmitida pelo contato direto ou indireto com animais infectados. Outra forma de transmissão é por via respiratória, com a inalação de bactérias em ambientes contaminados. Pode ocorrer, ainda, a inoculação vacinal acidental do patógeno, pela vacina animal (Brucella abortus cepas B19 e RB51).
O contato com animais infectados, como gado bovino e bubalino, ovelhas, cabras, porcos, cavalos e cães, entre outros, pode gerar uma situação de exposição, assim como ambientes de trabalho com exposição a material biológico.
Outras formas de transmissão, como sexual, congênita ou a partir de transfusão sanguínea e transplantes de órgãos ou tecidos são raras, mas também podem ocorrer.
Com a capacidade para afetar diversos órgãos e sistemas, a brucelose humana pode simular ou se assemelhar a outras infecções e doenças não infecciosas. Alguns dos sinais e sintomas mais comuns são:
Por serem sinais e sintomas comuns a outras doenças, isso pode dificultar o diagnóstico. No entanto, a doença pode causar sintomas inespecíficos ou gerar uma infecção sem sintomas nos pacientes. O período de incubação da brucelose humana varia entre 5 e 60 dias, podendo durar por até dois anos.
Devido às características próprias da doença, muitos casos não são identificados em razão de diagnósticos imprecisos. Por isso, muitas vezes, é tratada como outras doenças ou "febre de origem desconhecida". Diante disso, é de extrema importância realizar a investigação epidemiológica e sanitária, para avaliar uma possível vinculação e exposição no ambiente de trabalho do paciente, além do consumo de alimentos lácteos sem tratamento térmico adequado, como a pasteurização e a fervura.
Os testes laboratoriais são necessários para confirmar o diagnóstico, sendo utilizados diversos métodos de análise, como a cultura da bactéria, sorologia e PCR. O exame de sangue, nesse caso, é fundamental.
A diminuição de café e do hábito de fumar, além do controle das disfunções orgânicas e psicológicas ajudam no controle da doença.
Não existe vacina efetiva. Entre outras medidas, a prevenção da brucelose humana pode ocorrer com o controle ou eliminação da doença na população animal hospedeira. Diariamente, deve-se evitar o contato direto ou indireto com animais doentes ou potencialmente contaminados e seus produtos derivados. Outras medidas importantes para evitar a doença são:
Fontes:
Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.
Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.
A Bursite é a inflamação ou irritação de uma “Bursa” – pequena bolsa localizada entre o osso e outras estruturas móveis, como músculos, pele, ou tendões, facilitando um melhor deslizamento entre as estruturas. As “bursas” estão localizadas próximas às articulações, qualquer processo inflamatório nestes tecidos moles será percebido frequentemente como dor na articulação e, equivocadamente como artrite.
A bursite pode surgir de trauma único de forte intensidade ou de micro traumas repetitivos, mas também pode estar associada à varias condições reumáticas, metabólicas, infecciosas, e mesmo sem causa específica, considerada idiopática.
Bursite é uma condição normalmente temporária, mas pode se tornar crônica. Ao contrário da artrite, não causa deformidade. Os principais sintomas são:
Qualquer “bursa” no corpo humano pode ser afetado, mas aquelas localizadas nos ombros, cotovelos, punhos, dedos, quadris, joelhos, tornozelos e pés, são os mais frequentes.
O diagnóstico de uma bursite requer uma história médica cuidadosa e principalmente um exame físico bem feito. Somente assim pode-se avaliar a real condição do paciente e planejar um tratamento específico. Radiografias podem ser úteis para excluir anormalidades ósseas. Deve ser salientado que as “bursas” não são visíveis em radiografias, no entanto o uso da ultrassonografia e, mais recentemente da ressonância nuclear magnética, trouxeram um auxílio extremamente importante na definição do local e grau da lesão.
O objetivo inicial do tratamento é diminuir e, se possível, inibir a dor. Para isto o repouso articular é base principal, conseguido através do afastamento do fator causal e de atividades que possam levar ao agravamento da lesão. Um adequado aquecimento prévio e o cuidado com a postura é fundamental. O uso de “splints” (talas de plástico) na área afetada como imobilização, calor úmido, e outras modalidades de terapia física ajudam na melhoria da dor aguda.
Analgésicos simples, ou opióides podem ser empregados, mas regularmente o uso de anti-inflamatórios não hormonais são os mais utilizados. Em casos acentuados, curtos períodos de uso de corticosteroides podem ser necessários ou mesmo a infiltração intra-articular tem sua indicação.
Uma vez controlado o ataque agudo, deve ser iniciado o trabalho de prevenção e/ou correção dos fatores causais. Melhora da ergonomia, da qualidade muscular, e principalmente, da auto-estima, são fundamentais no sentido de prevenir novas lesões e/ou recorrências das antigas.
Fontes:
Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.
Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.