SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

Governo do Estado de Alagoas

Doenças letra C

O que é?

Cálculo renal, também conhecido como pedra nos rins, é uma doença causada pela formação de substâncias minerais dentro do sistema urinário. É comparado com “grãos de areia” que se juntam dentro do rim e formam uma verdadeira pedra.

Tipos

Os cálculos podem ser classificados de acordo com a sua localização no sistema urinário e por sua composição. Pela localização podem ser renais (dentro do rim), ureterais (dentro do ureter, que é o canal que leva a urina do rim para a bexiga) ou vesicais (na bexiga). Pela composição podem ser de vários tipos. Os mais comuns são de Oxalato de Cálcio, Ácido Úrico, Estruvita e Fosfato de Cálcio.

Causas

Os cálculos renais são formados dentro dos rins e dependem de uma concentração alta de cristais na urina. Assim, as principais causas de sua formação são a pouca ingestão de água, deixando a urina muito concentrada. A ingestão de comidas com muito sal e proteínas também é um fator importante. Além disso, os cálculos de estruvita são causados por bactérias decorrentes de episódios recorrentes de infecção urinária.

Sintomas

Pacientes com grandes cálculos podem não sentir nada, enquanto pequenos cálculos podem provocar muita dor. Temos dois tipos de quadro – o do paciente com uma pedra no rim que não está se movimentando e o quadro de cólica renal, que acontece quando a pedra começa a sair do rim e entope o ureter.

Para a primeira possibilidade pode ocorrer dor na região lombar crônica, de um lado só das costas, em peso, com piora com exercícios e líquidos, associado com infecções de urina de repetição e sangramento na urina.

Já o quadro de cólica de rim é um quadro agudo, que acontece de repente, com uma dor muito forte na região lombar - vai para a região da bexiga. Junto com a dor podem vir náuseas, vômitos e febre. É uma dor muito intensa, que geralmente só melhora com medicação na veia.

Diagnóstico

A suspeita do diagnóstico vem com a história e o exame físico. O melhor exame para diagnóstico é a tomografia de abdômen e pelve, sem contraste. Em casos de crianças, gestantes e para o seguimento de pacientes com cálculos é possível fazer o ultrassom ou um RX de abdômen e pelve também. A ressonância magnética não mostra cálculos renais. Exames de sangue e urina são importantes também, inclusive para a prevenção de novos episódios.

Prevenção

50% dos pacientes que tiveram um cálculo renal vão ter outro em 5 anos se não fizerem um tratamento preventivo. Medidas que servem para a maioria dos pacientes com cálculos são aumentar a ingesta hídrica, com o objetivo de o paciente urinar mais de 2 litros por dia. Para isso, pode-se verificar a cor da urina. Ela deve estar bem clara, quase transparente. Se a urina estiver amarelada é sinal que mais água deve ser ingerida.

Tratamento

A dor da cólica renal é muito intensa e quando ocorre deve ser avaliada com urgência por um médico. O tratamento dos cálculos renais depende de alguns fatores, como sintomas do paciente, quantidade de cálculos, tamanho e localização deles. As opções vão desde o acompanhamento com reavaliações periódicas até cirurgias. Hoje em dia, quando a cirurgia é necessária, normalmente são realizados procedimentos extracorpóreos ou minimamente invasivos, nos quais os pacientes são tratados de forma extremamente eficiente e pouco invasiva, tendo altas taxas de sucesso e baixas de complicações.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.

Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida.

Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma.

Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases).

Causas

As células que constituem os animais são formadas por três partes: a membrana celular, que é a parte mais externa; o citoplasma (o corpo da célula); e o núcleo, que contêm os cromossomas, que, por sua vez, são compostos de genes.

Os genes são arquivos que guardam e fornecem instruções para a organização das estruturas, formas e atividades das células no organismo. Toda a informação genética encontra-se inscrita nos genes, numa "memória química" - o ácido desoxirribonucleico (DNA). É através do DNA que os cromossomas passam as informações para o funcionamento da célula.

Uma célula normal pode sofrer alterações no DNA dos genes. É o que chamamos mutação genética. As células cujo material genético foi alterado passam a receber instruções erradas para as suas atividades. As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados proto-oncogenes, que a princípio são inativos em células normais. Quando ativados, os proto-oncogenes transformam-se em oncogenes, responsáveis pela malignização (cancerização) das células normais. Essas células diferentes são denominadas cancerosas.

As células alteradas passam então a se comportar de forma anormal. Multiplicam-se de maneira descontrolada, mais rapidamente do que as células normais do tecido à sua volta, invadindo-o. Geralmente, têm capacidade para formar novos vasos sanguíneos que as nutrirão e manterão as atividades de crescimento descontrolado. O acúmulo dessas células forma os tumores malignos.

Tais células adquirem a capacidade de se desprender do tumor e de migrar. Invadem inicialmente os tecidos vizinhos, podendo chegar ao interior de um vaso sanguíneo ou linfático e, através desses, disseminar-se, chegando a órgãos distantes do local onde o tumor se iniciou, formando as metástases. Dependendo do tipo da célula do tumor, alguns dão metástases mais rápido e mais precocemente, outros o fazem bem lentamente ou até não o fazem.

As células cancerosas são, geralmente, menos especializadas nas suas funções do que as suas correspondentes normais. Conforme as células cancerosas vão substituindo as normais, os tecidos invadidos vão perdendo suas funções. Por exemplo, a invasão dos pulmões gera alterações respiratórias, a invasão do cérebro pode gerar dores de cabeça, convulsões, alterações da consciência etc.

Como é o processo de carcinogênese?

O processo de carcinogênese, ou seja, de formação de câncer, em geral se dá lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa prolifere e dê origem a um tumor visível. Esse processo passa por vários estágios antes de chegar ao tumor.

    São eles:
  • Estágio de iniciação – É o primeiro estágio da carcinogênese. Nele as células sofrem o efeito dos agentes cancerígenos ou carcinógenos que provocam modificações em alguns de seus genes. Nesta fase as células se encontram, geneticamente alteradas, porém ainda não é possível se detectar um tumor clinicamente. Encontram-se "preparadas", ou seja, "iniciadas" para a ação de um segundo grupo de agentes que atuará no próximo estágio.
  • Estágio de promoção – É o segundo estágio da carcinogênese. Nele, as células geneticamente alteradas, ou seja, "iniciadas", sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. Para que ocorra essa transformação, é necessário um longo e continuado contato com o agente cancerígeno promotor. A suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio. Alguns componentes da alimentação e a exposição excessiva e prolongada a hormônios são exemplos de fatores que promovem a transformação de células iniciadas em malignas.
  • Estágio de progressão – É o terceiro e último estágio e se caracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Nesse estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença. Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese são chamados agentes oncoaceleradores ou carcinógenos. O fumo é um agente carcinógeno completo, pois possui componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese.

Como o organismo se defende?

No organismo existem mecanismos de defesa naturais que o protegem das agressões impostas por diferentes agentes que entram em contato com suas diferentes estruturas. Ao longo da vida, são produzidas células alteradas, mas esses mecanismos de defesa possibilitam a interrupção desse processo, com sua eliminação subsequente.

A integridade do sistema imunológico, a capacidade de reparo do DNA danificado por agentes cancerígenos e a ação de enzimas responsáveis pela transformação e eliminação de substâncias cancerígenas introduzidas no corpo são exemplos de mecanismos de defesa.

Esses mecanismos, próprios do organismo, são na maioria das vezes geneticamente pré-determinados, e variam de um indivíduo para outro. Esse fato explica a existência de vários casos de câncer numa mesma família, bem como o porquê de nem todo fumante desenvolver câncer de pulmão.

Sem dúvida, o sistema imunológico desempenha um importante papel nesse mecanismo de defesa. Ele é constituído por um sistema de células distribuídas numa rede complexa de órgãos, como o fígado, o baço, os gânglios linfáticos, o timo e a medula óssea, e circulando na corrente sanguínea.

Esses órgãos são denominados órgãos linfoides e estão relacionados com o crescimento, o desenvolvimento e a distribuição das células especializadas na defesa do corpo contra os ataques de "invasores estranhos". Dentre essas células, os linfócitos desempenham um papel muito importante nas atividades do sistema imune, relacionadas às defesas no processo de carcinogênese.

Cabe aos linfócitos a atividade de atacar as células do corpo infectadas por vírus oncogênicos (capazes de causar câncer) ou as células em transformação maligna, bem como de secretar substâncias chamadas de linfocinas. As linfocinas regulam o crescimento e o amadurecimento de outras células e do próprio sistema imune.

O que causa o câncer?

As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural.

As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais.

De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em estudo, como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente desconhecidos.

O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais frequente nesses indivíduos.

Os fatores de risco ambientais de câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores atuam alterando a estrutura genética (DNA) das células.

O surgimento do câncer depende da intensidade e duração da exposição das células aos agentes causadores de câncer. Por exemplo, o risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é diretamente proporcional ao número de cigarros fumados por dia e ao número de anos que ela vem fumando.

São raros os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares e étnicos, apesar de o fator genético exercer um importante papel na oncogênese. Um exemplo são os indivíduos portadores de retinoblastoma que, em 10% dos casos, apresentam história familiar deste tumor.

Alguns tipos de câncer de mama, estômago e intestino parecem ter um forte componente familiar, embora não se possa afastar a hipótese de exposição dos membros da família a uma causa comum. Determinados grupos étnicos parecem estar protegidos de certos tipos de câncer: a leucemia linfocítica é rara em orientais, e o sarcoma de Ewing é muito raro em negros.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

São tumores que ocorrem no canal e bordas externas do ânus. Os tumores no canal do ânus são mais frequentes entre as mulheres. Os que surgem nas bordas do ânus são mais comuns no homem. O câncer anal é raro e representa de 1 a 2% de todos os tumores do cólon e de 2 a 4% de todos os tipos de câncer que acometem o intestino grosso.

Sintomas

O grupo mais predisposto a ter esse tipo de câncer são pessoas com mais de 50 anos, fumantes, com história de fístula anal, infectados pelo HPV e com feridas no ânus. Alterações de hábitos intestinais e presença de sangue nas fezes são razões para consultar o médico. O sintoma mais comum é o sangramento anal vivo durante a evacuação, associado à dor na região do ânus. Outros sinais de alerta são coceira, ardor, secreções incomuns, feridas na região anal e incontinência fecal (impossibilidade para controlar a saída das fezes).

Diagnóstico

Inicialmente, faz-se o exame de toque e, se necessário, a anuscopia e a proctoscopia. O diagnóstico é feito por biópsia de uma amostra do tecido. Outros exames, como ultrassonografia e ressonância magnética, podem ser solicitados pelo médico para detectar a extensão do tumor e orientar na escolha do melhor tratamento.

Prevenção

Dieta balanceada, com boa ingestão de frutas, legumes e verduras e pobre em gordura pode prevenir o câncer anal. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de pelo menos cinco porções diárias de frutas e vegetais (cerca de 400g por dia). A prática de atividade física também pode reduzir o risco de câncer, em geral.

Algumas infecções, como as causadas pelo papilomavírus humano (HPV) e pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana), são apontadas como responsáveis pelo aumento da incidência de tumores anais.

Outras doenças sexualmente transmissíveis (DST’s), como condilomatose, gonorreia, herpes genital e clamídia, assim como a prática do sexo anal, o tabagismo e a fístula anal crônica (doença que consiste numa conexão anormal entre a superfície do canal anal e o tecido em volta do ânus com secreção purulenta) são relacionadas ao desenvolvimento desse tipo de câncer. Por isso, utilize o preservativo (camisinha) em todas as relações sexuais.

Tratamento

A definição do tratamento depende do estadiamento do tumor, o que será avaliado pelo diagnóstico. O tratamento pode ser clínico e/ou cirúrgico. O mais utilizado é a combinação de quimioterapia e radioterapia. Em estágios iniciais, o tratamento cirúrgico normalmente é eficiente para remover a parte da região afetada (lesão).

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

O câncer colorretal abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos.

Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores seria a detecção e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos.

Sintomas

Pessoas com mais de 50 anos com anemia de origem indeterminada e que apresentem suspeita de perda crônica de sangue no exame de sangue devem fazer endoscopia gastrintestinal superior e inferior. Mudança no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre), desconforto abdominal com gases ou cólicas, sangramento nas fezes, sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação são sinais de alerta. Também pode ocorrer perda de peso sem razão aparente, cansaço, fezes pastosas de cor escura, náuseas, vômitos e sensação dolorida na região anal, com esforço ineficaz para evacuar. Diante desses sintomas, procure orientação médica.

Diagnóstico

O diagnóstico requer biópsia (exame de fragmento de tecido retirado da lesão suspeita). A retirada do fragmento é feita por meio de aparelho introduzido pelo reto (endoscópio).

Prevenção

Uma dieta rica em fibras, composta de alimentos como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos e sementes, além da prática de atividade física regular, previne o câncer colorretal. Deve-se evitar o consumo de bebidas alcoólicas, de carnes processadas e de quantidades acima de 300 gramas de carne vermelha cozida por semana.

Alguns fatores aumentam o risco de desenvolvimento da doença, como idade acima de 50 anos, história familiar de câncer colorretal, história pessoal da doença (já ter tido câncer de ovário, útero ou mama), além de obesidade e inatividade física.

Também são fatores de risco, doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC).

Tratamento

A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os nódulos linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema imunológico) próximos à região. Em seguida, a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, é utilizada para diminuir a possibilidade de volta do tumor. O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

Há três tipos de câncer que começam nas células que revestem a bexiga. A classificação se dá de acordo com as células que sofrem a alteração maligna:

  • Carcinoma de células de transição: representa a maioria dos casos e começa nas células do tecido mais interno da bexiga.
  • Carcinoma de células escamosas: afetam as células delgadas e planas que podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongada.
  • Adenocarcinoma: se inicia nas células glandulares (de secreção) que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.

Quando o câncer se limita ao tecido de revestimento da bexiga, é chamado de superficial. O câncer que começa nas células de transição pode se disseminar através do revestimento da bexiga, invadir a parede muscular e disseminar-se até os órgãos próximos ou gânglios linfáticos, transformando-se num câncer invasivo.

Sintomas

Sangue na urina, dor durante o ato de urinar e necessidade frequente de urinar, mas sem conseguir fazê-lo, podem ser sinais de alerta de diferentes doenças do aparelho urinário, inclusive do câncer de bexiga.

Diagnóstico

O diagnóstico do câncer de bexiga pode ser feito por exames de urina e de imagens, como tomografia computadorizada e citoscopia (investigação interna da bexiga por um instrumento dotado de câmera). Durante a citoscopia podem ser retiradas células para biópsia e até mesmo todo o tumor. A probabilidade de cura dependerá do estadio do câncer (superficial ou invasivo) e da idade e da saúde geral do paciente.

Prevenção

Dieta rica em frutas, legumes e verduras e pobre em gorduras, principalmente as de origem animal, estão na base de uma vida saudável e deve ser mantida por quem quer afastar fatores que podem facilitar o desenvolvimento de vários tipos de câncer.

Homens brancos e de idade avançada são o grupo com maior probabilidade de desenvolver esse tipo de câncer. O tabagismo pode aumentar o risco de uma pessoa ter câncer de bexiga.

Tratamento

As opções de tratamento vão depender do grau de evolução da doença. A cirurgia pode ser de três tipos: ressecção transuretral (quando o médico remove todo o tumor durante o exame chamado citoscopia), cistotectomia segmentada (retirada de uma parte da bexiga) ou cistotectomia radical (remoção completa da bexiga, com a posterior construção de um novo órgão para armazenar a urina).

Após a remoção total do tumor, o médico pode administrar quimioterapia para eliminar células cancerosas que possam ter caído na corrente sanguínea. Outra alternativa é a radioterapia, que pode ser externa ou interna (introduzida no organismo por injeções ou sementes radioativas). A quimioterapia também pode ser sistêmica (ingerida na forma de medicamentos ou injetada na veia) ou intravesical (aplicada diretamente na bexiga através de um tubo introduzido pela uretra).

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos (chamados oncogênicos) do Papilomavírus Humano – HPV. A infecção genital por este vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, podem ocorrer alterações celulares que poderão evoluir para o câncer. Estas alterações das células são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou), e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso é importante a realização periódica deste exame.

É o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Prova de que o país avançou na sua capacidade de realizar diagnóstico precoce é que na década de 1990, 70% dos casos diagnosticados eram da doença invasiva. Ou seja: o estágio mais agressivo da doença. Atualmente 44% dos casos são de lesão precursora do câncer, chamada in situ.

Sintomas

É uma doença de desenvolvimento lento que pode cursar sem sintomas em fase inicial e evoluir para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados.

Prevenção

O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolau) é a principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico da doença. É fundamental que os serviços de saúde orientem sobre o que é e qual a importância do exame preventivo, pois sua realização periódica permite reduzir a mortalidade pela doença.

Toda mulher que tem ou já teve vida sexual e que estão entre 25 e 64 anos de idade. Devido à longa evolução da doença, o exame pode ser realizado a cada três anos. Para maior segurança do diagnóstico, os dois primeiros exames devem ser anuais. Se os resultados estiverem normais, sua repetição só será necessária após três anos.

Tratamento

O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. Entre os tratamentos mais comuns para o câncer do colo do útero estão a cirurgia e a radioterapia. O tipo de tratamento dependerá do estadiamento da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade e desejo de ter filhos.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco estão relacionados ao início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros. Deve-se evitar o tabagismo (diretamente relacionado à quantidade de cigarros fumados) e o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais, hábitos também associados ao maior risco de desenvolvimento deste tipo de câncer.

Vacinação contra o HPV

O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos de idade. Esta vacina protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.

Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero. A vacinação, em conjunto com o exame preventivo (Papanicolaou), se complementam como ações de prevenção deste câncer. Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada (a partir dos 25 anos), deverão fazer o exame preventivo periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os subtipos oncogênicos do HPV.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

Os tumores malignos de fígado podem ser divididos em dois tipos: câncer primário (que tem sua origem no próprio órgão) e secundário ou metastático (originado em outro órgão e que atinge também o fígado). Dentre os tumores originados no fígado, o mais frequente é o hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular. Agressivo, ocorre em mais de 80% dos casos. Outros tipos de câncer primário de fígado são o colangiocarcinoma (originado nos dutos biliares do fígado), o angiossarcoma (câncer raro que se origina nos vasos sanguíneos do órgão) e o hepatoblastoma, tumor maligno raro que atinge recém-nascidos e crianças nos primeiros anos de vida.

Sintomas

Dor abdominal, massa abdominal, distensão, perda de peso inexplicada, perda de apetite, mal-estar, icterícia (tonalidade amarelada na pele e nos olhos) e ascite (acúmulo de líquido no abdômen).

Diagnóstico

Devido ao curto tempo de evolução do hepatocarcinoma, geralmente o tumor se encontra avançado quando é feito o diagnóstico. O tempo de duplicação do volume de massa é, em média, de quatro meses. Alguns exames vão ajudar o médico a confirmar o diagnóstico:

  • Tomografia computadorizada: exame que utiliza Raios X e tecnologia do computador para produzir imagens como se fosse um “corte” do corpo e serve para descobrir e localizar os tumores.
  • Ressonância Nuclear Magnética (RNM): não apresenta grande diferença em relação à tomografia computadorizada, no que se refere à capacidade de identificar os tumores hepáticos primários ou metastáticos. Esse exame pode definir um pouco melhor a extensão do tumor nos pacientes com cirrose hepática.
  • Laparoscopia: permite visualização direta do órgão e a biópsia (remoção de uma pequena quantidade de tecido para análise laboratorial que vai determinar se o tumor é maligno ou não). É mais eficaz quando associado à ultrassonografia videolaparoscópica.

Prevenção

A cirrose hepática está na origem de metade dos casos de hepatocarcinoma. A cirrose, por sua vez, está associada ao alcoolismo ou à hepatite crônica, cuja causa mais comum é a infecção pelos vírus das hepatites B ou C. Para não desenvolver cirrose hepática é preciso controlar a quantidade de álcool ingerida, nunca ultrapassando duas doses por dia. Já a transmissão do vírus da hepatite B pode ser prevenida pela vacinação.

Alimentação com alto teor de fibras (grãos inteiros, cereais, legumes e frutas) e baixo teor em gorduras saturadas previne vários tipos de câncer, como os do intestino, do reto, de mama e o de pulmão, tipos conhecidos por desencadear metástase para o fígado.

Porém, é preciso atenção à origem de grãos e cereais, já que quando armazenados em locais inadequados e úmidos podem ser contaminados pelo fungo Aspergillus flavus, que produz a substância cancerígena aflatoxina, que é fator de risco para o hepatocarcinoma.

Tratamento

A remoção cirúrgica (ressecção) do tumor é o tratamento mais indicado quando o tumor está restrito a uma parte do fígado (tumor primário) e também nos tumores hepáticos metastáticos em que a lesão primária foi ressecada ou é passível de ser ressecada de maneira curativa.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

É o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, respondendo aproximadamente 25% dos casos novos a cada ano. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença. Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos.

Sintomas

O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio de alguns sinais e sintomas. A principal manifestação da doença é o nódulo, fixo e geralmente indolor. O nódulo está presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher. Outros sinais e sintomas são: pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo); pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço; e saída de líquido anormal das mamas. Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados, porém podem estar relacionados a doenças benignas da mama.

A postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas, que significa conhecer o que é normal em seu corpo e quais as alterações consideradas suspeitas de câncer de mama, é fundamental para a detecção precoce dessa doença.

Diagnóstico

A mamografia é a radiografia das mamas feita por aparelho de Raios-X (mamógrafo). O exame é capaz de mostrar alterações suspeitas antes mesmo de o tumor ser palpável. Entretanto, a confirmação do câncer de mama só é feita pelo exame histopatológico (análise no laboratório de uma pequena parte retirada da lesão por meio de biópsia).

Prevenção

A prevenção do câncer de mama não é totalmente possível em função da multiplicidade de fatores relacionados ao surgimento da doença e ao fato de vários deles não serem modificáveis.

De modo geral, a prevenção baseia-se no controle dos fatores de risco e no estímulo aos fatores protetores, especificamente aqueles considerados modificáveis. Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama.

Controlar o peso corporal e evitar a obesidade, por meio da alimentação saudável e da prática regular de exercícios físicos, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, são recomendações básicas para prevenir o câncer de mama. A amamentação também é considerada um fator protetor.

A terapia de reposição hormonal (TRH), quando estritamente indicada, deve ser feita sob rigoroso controle médico e pelo mínimo de tempo necessário.

Tratamento

Importantes avanços na abordagem do câncer de mama aconteceram nos últimos anos, principalmente no que diz respeito a cirurgias menos mutilantes, assim como a busca da individualização do tratamento. O tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença, suas características biológicas, bem como das condições da paciente (idade, status menopausal, comorbidades e preferências).

O prognóstico do câncer de mama depende da extensão da doença (estadiamento), assim como das características do tumor. Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. Quando há evidências de metástases (doença a distância), o tratamento tem por objetivos principais prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.

As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas em:

  • Tratamento local: cirurgia e radioterapia (além de reconstrução mamária).
  • Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

Os tumores de pele ocorrem principalmente na camada da pele chamada epiderme. Esta região é formada por diversas células que por diferentes mecanismos sofrem alterações, causando a perda de sua função e descontrole de sua divisão. Com isso essa célula se multiplica de forma descontrola, destrói o tecido a sua volta e pode se espalhar para outras regiões do corpo através dos vasos linfáticos ou sangue.

Tipos

Os principais tipos de câncer de pele são o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. Os carcinomas de pele, tanto o baso quanto o espinocelular, têm papel de destaque devido a sua alta frequência. Já o melanoma apesar de ser um câncer menos frequente tem grande relevância por sua agressividade e potencial de disseminação caso seja diagnosticado em fases mais avançadas.

Sintomas

O sintoma principal é o aparecimento de uma alteração na pele, que se apresenta de maneira bastante diversa. Portanto é fundamental estarmos vigilantes com relação ao aparecimento de novas lesões de pele ou alterações de lesões antigas, como descamações, nódulos ou elevações na pele, feridas, pintas ou simplesmente uma área com alteração de cor. Procurar o atendimento especializado com dermatologista para uma avaliação mais detalhada é fundamental nestes casos.

Os carcinomas basocelulares aparecem com mais frequência em áreas expostas ao sol, como cabeça e pescoço, de pessoas mais idosas. Podem se apresentar como lesões elevadas associadas à pequenos vasos sanguíneos, áreas de descoloração de pele ou até feridas com colaração rosa-avermelhada e superfície brilhosa.

Os carcinomas espinocelulares também ocorrem em maior frequência em áreas de exposição solar crônica, como pele da cabeça, pescoço, mãos e lábios. Podem se apresentar como placas de cor alterada e superfície áspera e crostosa e aparecerem em áreas de cicatriz prévia.

Os carcinomas espinocelulares tendem a invadir mais frequentemente as camadas mais profundas da pele que os basocelulares e, portanto, podem se espalhar por outros locais do corpo em fases mais avançadas.

O melanoma é o câncer que ocorre nas células responsáveis pele pigmentação da pele, o melanócito. Manifestam-se mais frequentemente como lesões pigmentadas, ou seja, surgimento de um novo nevo (pinta) ou alteração de um nevo pré-existente.

Algumas características dessas lesões são importantes para diferenciar um nevo benigno de um melanoma, como crescimento, presença de bordas irregulares, presença de diferentes colorações em um mesmo nevo, entre outros. Os melanomas podem acometer qualquer região do corpo, mas tendem a se apresentar em dorso, pernas e cabeça e pescoço.

Diagnóstico

Diante da suspeita de uma lesão de pele é fundamental a avaliação com dermatologista que irá avaliar cuidadosamente a lesão. No caso de lesões pigmentadas (pintas), a dermatoscopia, um exame não invasivo pode trazer informações mais detalhadas para diferenciar o melanoma de um nevo benigno. O diagnóstico definitivo ocorre pela biopsia excisional, ou seja, a retirada de toda a lesão suspeita com mínima margem.

Pessoas que têm maior predisposição a cânceres de pele, como aquelas de pele clara ou histórico pessoal/ familiar da doença, devem ser acompanhadas permanentemente com dermatologista em visitas pelo menos anuais, possibilitando assim o diagnóstico precoce.

Prevenção

A exposição solar cuidadosa é a principal ferramenta de prevenção. O uso diário de protetor solar com filtro UVA/UVB fator 30 em áreas expostas (cabeça, pescoço, braços e mãos) ao sol é recomendado. No caso de exposição solar mais intensa recreacional ou para a prática de atividade física é recomendado o uso de filtro solar, com reaplicação a cada 2 horas, uso de chapéus e roupas como barreira física, de preferência com proteção UV. É importante evitar a exposição ao sol nos horários de maior incidência dos raios UV, das 10:00 às 16:00 (horário de verão).

Tratamento

O tratamento principal é a retirada de toda a lesão com margens cirúrgicas negativas, ou seja, retirada de todo o tumor e de uma parte de pele normal. Em alguns casos é necessária uma margem ampla e para isso pode ser necessário uma segunda cirurgia com retirada de uma maior área de pele sadia.

Algumas técnicas específicas de cirurgia, como a cirurgia de Mohs, podem ser necessárias para o tratamento dos carcinomas. Já no tratamento do melanoma pode ser necessária a avaliação ganglionar, ou seja, estudar e retirar os gânglios linfáticos próximos ao câncer inicial, já que é um dos locais para os quais o melanoma pode se espalhar.

Tratamentos complementares como radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia podem ser recomendados em casos específicos.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão muito pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual.

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres. Sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.

Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.

Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A grande maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1cm³ ) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.

Sintomas

Em sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou a noite). Na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.

Diagnóstico

Achados no exame clínico (toque retal) combinados com o resultado da dosagem do antígeno prostático específico (PSA, na sigla em inglês) no sangue podem sugerir a existência da doença. Há uma grande controvérsia sobre a partir de qual idade deve-se recomendar os exames de rastreamento, mas esta decisão deve ser discutida com o seu médico. Em geral, este tipo de conversa deve se iniciar entre os 40-50, principalmente para quem tem parente próximo com o diagnóstico de câncer de próstata.

A Ressonância Magnética multiparamétrica (RMmp) tem assumido papel de destaque como estratégia complementar de rastreamento de tumores prostáticos, sendo capaz de evitar biópsias desnecessárias nos pacientes que apresentam baixa probabilidade de tumor ao exame (reduzindo custos, riscos e a ansiedade do paciente). Já nos casos em que a RMmp identifica lesões suspeitas, idealmente deve-se proceder à biópsia prostática com fusão de imagem, com resultados consideravelmente melhores que a biópsia padrão no diagnóstico de tumores mais agressivos. Biópsia com fusão de imagem é um método no qual as imagens da RMmp são sobrepostas as imagens da ultrassonografia durante a biópsia de forma a localizar as áreas suspeitas para tumor.

O diagnóstico de certeza do câncer é feito pelo estudo histopatológico do tecido obtido pela biópsia da próstata. O relatório anatomopatológico deve fornecer a graduação histológica do sistema de Gleason ou o método mais novo, ISUP, cujo objetivo é informar sobre a provável taxa de crescimento do tumor e sua tendência à disseminação, além de ajudar na determinação do melhor tratamento para o paciente.

Prevenção

Já está comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não-transmissíveis. Nesse sentido, outros hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar.

A idade é um fator de risco importante para o câncer de próstata, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumenta significativamente após os 50 anos.

Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos pode aumentar o risco de se ter a doença de 3 a 10 vezes comparado à população em geral, podendo refletir tanto fatores genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias.

Tratamento

Para doença localizada, cirurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante (em algumas situações especiais) podem ser oferecidos. Para doença localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido utilizados. Para doença metastática (quando o tumor original já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento inicial é a terapia hormonal. Novos agentes hormonais e novas quimioterapias foram desenvolvidos nos últimos anos, assim como agentes modificadores de metástases ósseas. A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após discutir os riscos e benefícios do tratamento com o seu médico.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

É o mais comum de todos os tumores malignos, apresentando aumento de 2% por ano na sua incidência mundial. Em 90% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco.

No Brasil, foi responsável por 22.424 mortes em 2011. Altamente letal, a sobrevida média cumulativa total em cinco anos varia entre 13 e 21% em países desenvolvidos e entre 7 e 10% nos países em desenvolvimento. No fim do século XX, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis.

Sintomas

Os sintomas mais comuns do câncer de pulmão são a tosse e o sangramento pelas vias respiratórias. Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns para o paciente. Pneumonia de repetição pode, também, ser a manifestação inicial da doença.

Diagnóstico

A maneira mais fácil de diagnosticar o câncer de pulmão é através de raio-X do tórax complementado por tomografia computadorizada. A broncoscopia (endoscopia respiratória) deve ser realizada para avaliar a árvore traquebrônquica e, eventualmente, permitir a biópsia. É fundamental obter um diagnóstico de certeza, seja pela citologia ou patologia. Uma vez obtida a confirmação da doença, é feito o estadiamento, que avalia o estágio de evolução, ou seja, verifica se a doença está restrita ao pulmão ou disseminada por outros órgãos. O estadiamento é feito através de vários exames de sangue e radiológicos, como dosagens enzimáticas e ultrassonografia, respectivamente.

Prevenção

Uma vez que o consumo de derivados do tabaco está na origem de 90% dos casos, independentemente do tipo, não fumar é o primeiro cuidado para prevenir a doença. A ação permite a redução do número de casos (incidência) e de mortalidade. Comparados com os não fumantes, os tabagistas têm cerca de 20 a 30 vezes mais risco de desenvolver câncer de pulmão. Em geral, as taxas de incidência em um determinado país refletem seu consumo de cigarros.

Manter alto consumo de frutas e verduras é recomendado. Deve-se evitar, ainda, a exposição a certos agentes químicos (como o arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, urânio, níquel, cádmio, cloreto de vinila, gás de mostarda e éter de clorometil), encontrados principalmente no ambiente ocupacional.

Exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição, deficiência e excesso de vitamina A, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), fatores genéticos (que predispõem à ação carcinogênica de compostos inorgânicos de asbesto e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos) e história familiar de câncer de pulmão favorecem ao desenvolvimento desse tipo de câncer.

Tratamento

O tratamento do câncer de Pulmão será recomendado a um paciente levando-se em consideração alguns aspectos da doença, como por exemplo:

  • Tipo histológico (tipo de célula do pulmão que se transformou);
  • Extensão da doença (estadiamento): Se a doença está confinada ao pulmão ou se acomete alguns gânglios regionais ou se acomete outros órgãos;
  • Condições clínicas do paciente e outras doenças pré-existentes (performance status).

Os médicos recomendarão o tratamento com base nessas informações. Os seguintes tratamentos poderão ser parte da estratégia de combate ao câncer:

  • Cirurgia;
  • Cirurgia Vídeo-assistida;
  • Radioterapia;
  • Radioterapia por SBRT;
  • Ablação por rádio frequência;
  • Quimioterapia;
  • Imunoterapia.

Sabemos, por fim, que além de mais eficazes os tratamentos contam com menores efeitos colaterais quando comparamos com o passado. E, a cada dia que passa, novas estratégias são pesquisadas e algumas delas incorporadas no armamentário de combate à doença, melhorando os desfechos para o paciente.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

É o câncer que afeta lábios e o interior da cavidade oral. Dentro da boca devem ser observados gengivas, mucosa jugal (bochechas) palato duro (céu da boca) e língua (principalmente as bordas), assoalho (região embaixo da língua). O câncer do lábio é mais comum em pessoas brancas e ocorre mais frequentemente no lábio inferior.

Sintomas

Em sua fase inicial, o câncer oral apresenta os seguintes sintomas:

  • Lesões na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias;
  • Manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, palato (céu da boca), mucosa jugal (bochecha);
  • Nódulos (caroços) no pescoço;
  • Rouquidão persistente.

Nos casos mais avançados observa-se:

  • Dificuldade de mastigação e de engolir;
  • Dificuldade na fala;
  • Sensação de que há algo preso na garganta.

Diagnóstico

Diante de alguma lesão que não cicatrize em um prazo máximo de 15 dias deve-se procurar um profissional de saúde (médico ou dentista) para a realização do exame completo da boca. A visita periódica ao dentista favorece o diagnóstico precoce do câncer de boca, porque é possível identificar lesões suspeitas. Pessoas com maior risco para desenvolver câncer de boca (fumantes e consumidores frequentes de bebidas alcoólicas) devem ter cuidado redobrado.

Prevenção

O câncer de boca acomete mais os homens acima dos 40 anos. Os fatores de risco mais conhecidos para este tipo de câncer são:

  • Tabaco: de acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 90% dos pacientes diagnosticados com câncer de boca eram tabagistas. O cigarro representa o maior risco para o desenvolvimento dessa doença, e o risco varia de acordo com o consumo. Ou seja, quanto mais frequente for o ato de fumar, maiores serão as chances de desenvolver câncer de boca.
  • Etilismo: o consumo regular de bebidas alcoólicas aumenta o risco de desenvolver câncer de boca. A associação entre cigarro e bebidas alcoólicas aumenta muito o risco para câncer de boca.
  • Vírus HPV: Pesquisas comprovam que o vírus HPV está relacionado a alguns casos de câncer de boca.
  • Radiação solar: A exposição ao sol sem proteção representa um risco para o câncer de lábios.

Além destes fatores, observa-se em pacientes com câncer de boca uma higiene bucal deficiente e uma dieta pobre em proteínas, vitaminas e minerais e rica em gorduras.

Tratamento

Se diagnosticado no início e tratado da maneira adequada, a maioria (80%) dos casos desse tipo de câncer tem cura. Geralmente, o tratamento emprega cirurgia e/ou radioterapia. Os dois métodos podem ser usados de forma isolada ou associada.

As duas técnicas têm bons resultados nas lesões iniciais e a indicação vai depender da localização do tumor e das alterações funcionais que possam ser provocadas pelo tratamento. As lesões iniciais são aquelas restritas ao local de origem.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

Candidíase vaginal é a inflamação e infecção na vulva e vagina causada por um fungo da espécie Candida.

Causas

O fungo mais frequente na candidíase é a Candida albicans, sendo responsável por mais de 80% dos casos. Existem alguns fatores de risco para o aparecimento da candidíase, como a diabetes mellitus descontrolada, uso de antibióticos para tratar outra infecção, aumento do nível de estrogênio (uso de pílulas anticoncepcionais combinadas e gravidez). A candidíase também é mais frequente em pacientes portadores de alguma imunodeficiência (baixa imunidade do organismo), como na infecção pelo HIV ou em uso de drogas imunossupressoras.

Sintomas

Os sinais e sintomas da candidíase são prurido (coceira) na região da vulva e vagina, vermelhidão no local e corrimento branco com grumos (caroços), normalmente sem odor. Pode ocorrer também ardor para urinar e dor na relação sexual. Os sintomas costumam ser mais presentes na semana antes da menstruação.

Caso apareçam sintomas de coceira genital ou corrimento, a paciente deve procurar um ginecologista.

Diagnóstico

A suspeita clínica deve ser feita com a história e exame ginecológico que mostram de forma bem evidente a presença de secreção esbranquiçada como nata de leite, característica de candidíase. O diagnóstico confirmatório também pode ser realizado com pesquisa de fungos em secreção vaginal.

Prevenção

A prevenção da candidíase pode ser feita pelo controle de doenças clínicas (controle do diabetes). Hábitos de higiene pessoal também podem reduzir o aparecimento da doença.

Tratamento

O tratamento da candidíase é feito com medicações antifúngicas por via oral e vaginal.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

Catarata é a opacificação de uma estrutura naturalmente transparente em forma de lente biconvexa, localizada na porção anterior do olho, chamada cristalino, cuja função é projetar e focar a imagem que enxergamos, na retina.

Causa

A opacificação do cristalino pode ocorrer devido a inúmeros fatores, entre os quais, o mais comum é o próprio processo de envelhecimento, porém inflamações no interior do olho, doenças sistêmicas, e até mesmo algumas medicações, podem induzir a opacificação do cristalino. Às vezes, a catarata surge precocemente em pessoas jovens, sem causa definida, levando a diferentes graus de redução da visão e com menor frequência, acomete também recém nascidos (catarata congênita), que exige tratamento imediato.

Tratamento

Até certo ponto, a redução de visão provocada pela catarata pode ser compensada com o uso de óculos com lentes corretivas. No entanto, quando a diminuição da acuidade visual chega a ponto de prejudicar as atividades diárias, a melhor correção passa a ser feita através da cirurgia. O nome deste procedimento é facectomia e consiste basicamente na remoção do cristalino opacificado, preservando-se as outras estruturas intraoculares, e sua substituição por um elemento óptico (lente intraocular) que assume o seu papel de lente biconvexa.

Existem diferentes técnicas cirúrgicas para a substituição do cristalino pela Lente intraocular, porém a mais amplamente utilizada é a técnica da facoemulsificação do cristalino. Essa técnica permite a aspiração do cristalino e o implante da lente, através de uma micro incisão, que possibilita recuperação mais rápida e segura do paciente. Atualmente, com lentes intraoculares dobráveis, podemos realizar a correção cirúrgica da catarata com anestesia tópica (colírios), que também minimiza os riscos cirúrgicos envolvidos nesse tipo de tratamento.

O cálculo da lente intraocular é realizado por um exame chamado biometria, que pode ser personalizado para o adequado tratamento concomitante do grau que a pessoa usa (tratamento refrativo). A prótese implantada é capaz de devolver-lhe grande parte da visão, embora na grande maioria das vezes o paciente ainda necessite de uma pequena correção, obtida por meio de óculos, principalmente para leitura. Para aqueles que desenvolvem a catarata e também precisam usar óculos para tratar a miopia e a hipermetropia, também podem reduzir significativamente o grau (ametropia), após o tratamento da catarata.

Atualmente existem lentes intraoculares, que permitem boa visão para longe e perto concomitantemente, as chamadas lentes pseudo-acomodativas, que diminuem a dependência dos óculos após a cirurgia. A melhora da acuidade visual ocorre de forma progressiva após o tratamento da catarata e em alguns dias, a pessoa estará apta a exercer normalmente suas atividades. Mas o prognóstico de recuperação pode não ser tão bom nos casos em que outras enfermidades acometem simultaneamente o olho, como por exemplo, doenças da retina, glaucoma, neuropatias oculares e alterações da córnea, que podem exigir tratamentos específicos. Por isso o exame de rotina é fundamental para o controle e manutenção da saúde ocular.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

A caxumba é uma doença causada pelo paramyxovirus da classe rubulavirus, um tipo de vírus que acomete caracteristicamente as glândulas parótidas, que são as maiores das três glândulas salivares.

Sintomas

Os principais sintomas da doença são: febre, dor na face e aumento do volume das glândulas salivares. Ela também pode provocar dor no corpo e na cabeça. Complicações mais graves são raras, mas podem ocorrer, entre elas inflamação nos testículos (orquite), inflamação nos ovários (ooforite) em mulheres acima de 15 anos, inflamação do pâncreas (pancreatite) e inflamação que envolve cérebro e meninges (meningoencefalite).

Transmissão

A transmissão é principalmente aérea, por meio de gotículas de saliva do doente que possui o vírus. Na maior parte das vezes, a infecção se manifesta na infância. É importante destacar que a pessoa com caxumba é capaz de transmitir o vírus cerca de uma semana antes de aparecerem os sintomas e até nove dias depois destas manifestações. Assim, sugere-se que o paciente fique longe do trabalho ou da escola, uma vez que existe a possibilidade de contaminar outras pessoas.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico é clínico e com auxílio de exame de sangue. Não há tratamento específico, o que se faz é aliviar os sintomas com anti-inflamatórios. São indicados repouso, o uso de medicamentos analgésicos e observação de possíveis complicações. No caso de inflamação nos testículos, o repouso e o uso de suspensório escrotal são fundamentais para o alívio da dor.

Prevenção

A prevenção é feita com o uso de vacina produzida com o vírus vivo atenuado da doença e faz parte do Calendário Básico de Vacinação. Em geral, está associada à época de vacinas contra sarampo e rubéola. As três juntas compõem a vacina tríplice viral. A primeira dose deve ser administrada aos doze meses e a segunda, entre quatro e seis anos.

Atenção: mulheres que nunca tiveram caxumba, nem tomaram a vacina, devem procurar um posto para serem vacinadas antes de engravidar. Na gestação, a doença pode provocar aborto.

Deve-se ter em mente que existe a possibilidade de reinfecção quando a vacina perde a eficácia com o decorrer dos anos. Para uma pessoa que adquiriu caxumba, a recomendação é procurar um médico para diagnóstico e acompanhamento.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

A dor de cabeça é uma das causas mais comuns de queixa em consultório neurológico e a dor mais comumente relatada aos médicos de família, pediatras e clínicos. As cefaleias, como são chamadas as dores de cabeça, podem ser divididas em:

  • Primárias: Se caracterizam por não haver alterações estruturais no cérebro e são representadas em sua maioria pelas enxaquecas e cefaleias tensionais.
  • Secundárias: Incluem aquelas associadas a traumatismo craniano, neoplasias (tumores), doenças vasculares (referente a artérias e veias), medicações, infecções, distúrbios metabólicos, desordens do pescoço e face e neuralgias cranianas.

Sintomas

A enxaqueca é uma doença crônica debilitante, que se manifesta por dor de cabeça e combinações variadas de sintomas e sinais associados, de maneira recorrente. A dor de cabeça tem início gradual com duração de quatro a 72 horas em adultos e de uma a 72 horas em crianças, se caracteriza por ser pulsátil e ou latejante, por vezes unilateral, tem intensidade de moderada a forte e é acompanhada de sensibilidade à luz e ao barulho. Náusea ocorre em cerca de 90% dos indivíduos, ao passo que vômitos ocorrem em cerca de um terço dos casos.

Pode-se dividir a enxaqueca em episódica e crônica, de acordo com a frequência das crises. A enxaqueca crônica é definida pela ocorrência de dor em mais de 15 dias por mês. É também uma doença comum, com uma frequência que varia de 2% a 3% na população geral e em centros especializados em cefaleias representa até 60% das consultas. Apesar de menos frequente que a enxaqueca episódica, causa um impacto individual e socioeconômico superior, com níveis de incapacidade maiores que os encontrados na enxaqueca episódica.

A enxaqueca é associada a diversas condições, como por exemplo fibromialgia, depressão, ansiedade e distúrbios de sono.

Tratamento

O tratamento das cefaleias começa com um diagnóstico adequado, identificando as causas primárias e secundárias de cefaleia. Uma vez realizado o diagnóstico de cefaleia primária os pacientes se beneficiarão de uma explicação completa acerca de sua patologia. Muitos pacientes com cefaleia recorrente se preocupam com condições secundárias que poderiam estar deflagrando sua dor de cabeça como, por exemplo, tumores cerebrais e ou aneurismas cerebrais e devem ser esclarecidos. Os pacientes devem ser educados a respeito de sua condição e encorajados a participar de seu próprio tratamento através de um preenchimento adequado do diário da dor, estabelecendo deste modo a frequência, intensidade e duração da dor bem como a presença de sintomas associados como náuseas e vômitos. Os fatores desencadeantes poderão ser identificados também, através do diário. Uma vez iniciado o programa de tratamento o diário poderá ser utilizado para mostrar a eficácia do tratamento agudo e preventivo.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

É uma doença infecciosa febril, causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A doença é relativamente nova no Brasil, o primeiro registro de transmissão aconteceu em 2014. O vírus pode acometer qualquer pessoa, mas, crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas tendem a ser mais afetados.

A doença pode causar inflamação nas juntas e deve ser tratada como uma artrite reumatoide (doença autoimune crônica). Há estudos com pacientes que têm os sintomas mesmo após três anos da infecção pelo vírus.

O que significa a palavra Chikungunya?

A palavra Chikungunya significa “aqueles que se dobram” em swahili, um idioma da Tanzânia. O termo foi atribuído por conta da aparência curvada dos pacientes quando estão com a doença - não conseguem levantar os seus corpos por causa das dores nas articulações.

Transmissão

Transmissão pelo mosquito Aedes aegypti e menos comum pelo Aedes albopictus.

Sintomas

Os sintomas são parecidos com os da Dengue, mas a grande característica dessa doença são as fortes dores nas articulações. O paciente tem que ser tratado como um doente reumático.

  • Febre
  • Dor nas articulações (intensa)
  • Dor nas costas
  • Dor de cabeça.

Prevenção

Evitar o surgimento do mosquito Aedes aegypti, que é o principal vetor de transmissão. Usar repelentes, telas de proteção e roupas que cubram o corpo - para evitar a picada do mosquito.

Tratamento

Não há um tratamento específico. O importante é manter o paciente hidratado.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

É uma doença crônica que acomete o fígado decorrente da agressão persistente ao longo de vários anos, levando a diminuição ou perda total das funções (falência hepática) que são essenciais a vida, tais como produção de proteínas, metabolização de toxinas e drogas, armazenamento de glicose, produção de colesterol, produção de bile, síntese de fatores da coagulação, armazenamento de ferro e vitaminas lipossolúveis (A, D e K), Vit B12 e minerais (zinco, cobre e magnésio). Quando isso acontece, o processo de reparação do órgão á agressão leva a substituição do tecido normal por tecido cicatricial (fibrose), formando nódulos que causam alteração da arquitetura do órgão.

Causas

As causa mais comuns de cirrose hepática no Brasil e no mundo são secundárias ao uso abusivo do álcool, Hepatite B e C, e doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA).

  • Cirrose alcoólica: o consumo excessivo, diário e prolongado de álcool (60 g/dia para homens e 40 g/d para mulheres) pode levar ao desenvolvimento de lesões permanentes no fígado.
  • Hepatites virais (B, C e Delta): A infecção pelo vírus da hepatite B cura em cerca de 80% dos casos, ao contrário da infecção pelo vírus C, que evolui para a forma crônica em 80% dos casos. Atualmente existem medicamentos eficazes para o tratamento da hepatite C com altas taxas de cura, chegando a mais 90%. A expectativa é de que nós próximos anos a cirrose hepática por hepatite C diminua drasticamente. A hepatite Delta ocorre em pacientes já infectados pelo vírus da hepatite B, bastante comum na região Norte do país.
  • Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA): Obesidade, diabetes tipo 2, dislipidemia (aumento de colesterol e triglicérides), hipotireoidismo, desnutrição grave e alguns medicamentos podem também levar ao depósito de gordura no fígado (esteatose hepática), que em graus mais avançados pode evoluir para esteato-hepatite e, fibrose e cirrose.

Outras causas:

  • Doenças metabólicas: decorrentes de erros congênitos do metabolismo e que acometem, preferencialmente, crianças ou adultos jovens, como galactosemia, tirosinemia; doença de Wilson, Hemocromatose, deficiência de alfa-l-antitripsina e outras.
  • Fibrose cística.
  • Colangite esclerosante primária.
  • Cirrose biliar primária.
  • Hepatite por drogas ou medicamentos.
  • Hepatite autoimune.
  • Criptogênica (sem causa definida): cerca de 10% a 20% das cirroses permanecem com a etiologia indeterminada.
  • Trombose de veias hepáticas.

Sintomas

  • Assintomático, ou com sintomas inespecíficos como fadiga, cansaço, anorexia (perda do apetite);
  • Inchaço: edema nas pernas, acúmulo de líquido na barriga (ascite) e pulmão (derrame pleural);
  • Icterícia: pele e olhos amarelos
  • Alterações hormonais: mulheres posem parar de menstruar, homens podem ter impotência sexual, ginecomastia (mamas aumentadas) e diminuição de pelos axilares e pubares, atrofia de testículos;
  • Equimoses e sangramentos espontâneos;
  • Eritema palmar: palmas das mãos avermelhadas;
  • Baqueteamento digital: unhas mais anguladas, dando o aspecto de baquetas aos dedos).

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico, na maioria dos casos, é feito através da história clinica, exame físico, exames de sangue e ultrassonografia do abdômen superior. A biópsia hepática é indicada em casos específicos. O tratamento curativo da cirrose é o transplante hepático (TXH), onde o fígado cirrótico é substituído (por um fígado inteiro, no caso de doador cadáver, ou de parte dele, no caso de transplante intervivos). O TXH é indicado para pacientes que tem complicações da doença que não respondem ao tratamento clínico ou que tem câncer de fígado.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

A cólera – ou o cólera, até hoje se discute qual o gênero da palavra – é uma doença infecciosa que leva a diarreia profusa. A bactéria causadora é chamada Vibrio cholarae.

Sintomas

O sintoma principal da cólera é uma diarreia líquida, sem odor evidente. A comparação feita é com água de arroz. Essa diarreia pode causar muito rapidamente à desidratação e morte por hipovolemia (diminuição anormal do volume do sangue).

A cólera foi responsável por várias pandemias com alta mortalidade. Atualmente, depois da descoberta do soro caseiro como tratamento em qualquer lugar incluindo onde não há assistência médica, a mortalidade caiu muito. Ainda existem casos de cólera fatal, principalmente em zonas de guerra, como no Iêmen, ou lugares sem assistência médica e com populações muito pobres, como regiões do Haiti.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito clinicamente quando há dado epidemiológico e pela cultura de fezes em meio especial – o médico responsável precisa avisar o laboratório que quer cultura para o Vibrio cholarae.

Tratamento

O tratamento é hidratação. O uso de antibióticos pode auxiliar para a doença ter menor duração.

Prevenção

Há uma vacina razoavelmente eficaz para a cólera, mas o melhor jeito de evitar é o tratamento adequado de água e evitar a contaminação da água potável por esgoto.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.

O que é?

A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada por bactéria. Está presente em todo o mundo. Sua principal característica são crises de tosse seca. Pode atingir, também, tranqueia e brônquios. Crianças menores de seis meses podem apresentar complicações da coqueluche que, se não tratada corretamente, pode levar à morte.

Os principais fatores de risco para coqueluche têm relação direta com a falta de vacinação. Nas crianças a imunidade à doença é adquirida quando elas tomam as três doses da vacina, sendo necessária a realização dos reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade.

Pode ser que o adulto, mesmo tendo sido vacinado quando bebê, fique suscetível novamente à doença porque a vacina pode perder o efeito com o passar do tempo.

Transmissão

A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar.

Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes. Isso é pouco frequente, porque é difícil o agente causador da doença sobreviver fora do corpo humano, mas não é impossível.

O período de incubação do bacilo, ou seja, o tempo que os sintomas começam a aparecer desde o momento da infecção, é de, em média, 5 a 10 dias podendo variar de 4 a 21 dias e, raramente, até 42 dias.

Sintomas

Os sintomas da coqueluche podem se manifestar em três níveis. No primeiro nível, o mais leve, os sintomas são parecidos com o de um resfriado.

  • Mal-estar geral;
  • Corrimento nasal;
  • Tosse seca;
  • Febre baixa.

Atenção: Esses sintomas iniciais podem durar até semanas, época em que a pessoa também está mais suscetível a transmitir a doença.

No estágio intermediário da coqueluche, a tosse seca piora e outros sinais aparecem. A Tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada, podendo comprometer a respiração, provocar vômito ou cansaço extremo. Nessa fase, os sintomas são mais severos e, dependendo do tratamento, podem durar até mais de um mês.

É normal que adultos e adolescentes tenham sintomas mais leves da coqueluche em relação às crianças mais novas. A gravidade da doença também está diretamente relacionada à falta de imunidade e à idade. Geralmente, os sinais e sintomas da coqueluche duram entre seis a 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso.

Diagnóstico

O diagnóstico da coqueluche em estágios iniciais é difícil, uma vez que os sintomas podem parecer como resfriado ou até mesmo outras doenças respiratórias. A tosse seca é um forte indicativo da coqueluche, mas para confirmar o diagnóstico o médico pode pedir os seguintes exames:

  • Coleta de material de nasofaringe para cultura;
  • PCR em tempo real.

Como exames complementares, podem ser realizados hemograma e raio-x de tórax.

Diagnóstico diferencial

Deve ser feito com as infecções respiratórias agudas, como traqueobronquites, bronquiolites, adenoviroses, laringites, entre outras. Outros agentes também podem causar a síndrome coqueluchóide, dificultando o diagnóstico diferencial, entre os quais Bordetella parapertussis, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia trachomatis, Chlamydia pneumoniae e Adenovírus (1, 2, 3 e 5). A Bordetella bronchiseptica e a Bordetella avium são patógenos de animais que raramente acometem o homem (exceto quanto imunodeprimidos).

Diagnóstico laboratorial

Realizado mediante o isolamento da B. pertussis pela cultura de material colhido de nasorofaringe, com técnica adequada ou pela técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR) em tempo real. A coleta do espécime clínico deve ser realizada antes do início da antibioticoterapia ou, no máximo, até 03 dias após seu início.

Prevenção

A vacinação é o principal meio de prevenção da coqueluche. Crianças de até 6 anos, 11 meses e 29 dias devem ser vacinadas contra a coqueluche. O Sistema Único de Saúde (SUS) também oferta vacina específica para gestantes e profissionais de saúde que atuam em maternidades e em unidades de internação neonatal, atendendo recém-nascidos e crianças menores de um ano de idade.

Tratamento

O tratamento da coqueluche é feito basicamente com antibióticos, que devem ser prescritos por um médico especialista, conforme cada caso. É importante procurar uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e tratamento adequados, assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas.

As crianças, quando diagnosticadas com coqueluche, frequentemente ficam internadas, tendo em vista que os sintomas nelas são mais severos e podem provocar a morte.

Complicações

A maioria das pessoas consegue se recuperar da coqueluche sem sequelas e maiores complicações. No entanto, nas formas mais graves podem ocorrer alguns quadros mais severos, como Hérnias Abdominais. Em crianças, especialmente as menores de seis meses, as complicações são mais graves e podem incluir, por exemplo:

    Infecções de ouvido.
  • Pneumonia.
  • Parada respiratória.
  • Desidratação.
  • Convulsão.
  • Lesão cerebral.
  • Morte.

Fontes:

Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Albert Einstein.

Saúde de A a Z. Ministério da Saúde.